O Melhor de Dezembro de 2019

E assim chegámos ao último mês da última década. Aliás, já estamos em Fevereiro. Sim, estamos bastante atrasados, contudo o que conta é a chegada. A equipa do Ondas Distorcidas irá apontar aquilo que considera ser os grandes destaques do último mês de uma década que virou a indústria musical de pantanas, tornando-a quase irreconhecível e única. A playlist estará disponível no final do artigo.

SINGLES/FAIXAS:

Tame Impala - Posthumous Forgiveness

Álbum: The Slow Rush (14 de Fevereiro de 2020)

Géneros: Neo-Psychedelia, Pop Psicadélico, Pop Progressivo, Chillwave

Data de lançamento: 3 de Dezembro

Editora: Modular Recordings

Sinceramente, os "singles" lançados anteriormente por esta banda autraliana para publicitar o seu quarto álbum não me surpreenderam assim tanto. Acabei por baixar um pouco as expectativas, ficando convencido que eles nunca mais chegariam ao nível dos três primeiros álbuns. Contudo, este single fez renascer alguma da esperança. Constituído por duas partes, Posthumous Forgiveness é um single muito guiado pelos sintetizadores (apesar do importantíssimo papel do baixo), no qual o grupo continua a influenciar-se muito no Psicadélico dos anos 60, mas desta vez com uma ou outra vibe virada para o Chillwave. Vale a pena dar uma oportunidade, mesmo para quem não foi muito na onda dos singles Patience, Borderline e It Might Be Time. - João Pedro Antunes

Oliver Tree - Cash Machine

Álbum: Ugly is Beautiful (27 de Março de 2020)

Géneros: Pop Rock, Rock Alternativo, Indie Pop

Data de lançamento: 5 de Dezembro

Editora: Atlantic Records

Eu diria que este novo single é um híbrido entre Miracle Man e Hurt (e uma pitada das músicas mais antigas do artista), mostrando o melhor de cada uma para fazer uma canção bastante animada e "groovy" ao mesmo tempo. Estou ansioso pelo próximo álbum, que será lançado no final de Março. - João Pedro Antunes e Guilherme Ribeiro

Fever 333 - Vandals

Álbum: -----

Géneros: Hip-Hop Industrial

Data de lançamento: 6 de Dezembro

Editora: Roadrunner Records

Fever 333 continua no seu lance ativista agressivo à Prophets of Rage e eu não podia amar mais.

Vandals tem tudo aquilo a que os fãs de Fever 333 já estão habituados: uma mensagem e um instrumental agressivo que dá vontade de partir tudo o que há à volta. - Guilherme Ribeiro

Dua Lipa - Future Nostalgia

Álbum: Future Nostalgia (3 de Abril de 2020)

Géneros: Dance-Pop, Funktronica, Nu-Disco, Electro-Disco, Synth-Funk

Data de lançamento: 13 de Dezembro

Editora: Warner Records

Dua Lipa merece todo o meu respeito. Eu já a admirava na época em que New Rules andava na ribalta, contudo, gosto da forma como ela se tenta re-inventar nestes últimos singles, arriscando a sua extrema popularidade.

Apesar do risco, ela conseguiu introduzir com sucesso um tipo de Pop mais criativo na indústria Mainstream, dando um pouco de ar fresco à mesma. Destacam-se as óbvias inspirações nos anos 80 resultam bastante bem, tornando a canção incrivelmente contagiosa e dançante. - João Pedro Antunes

Grimes - 4ÆM

Álbum: Miss Anthroposcene (21 de Fevereiro de 2020)

Géneros: Dancefloor Drum-n-Bass, Art Pop, Electro-Pop

Data de lançamento: 13 de Dezembro

Editora: 4AD Records

Na minha opinião, este é o single mais promissor que Grimes lançou para publicitar o próximo álbum. É bastante admirável a sua mistura de géneros invulgar, criando um híbrido de Drum-n-Bass com Electro-Pop, acompanhado de um gene ou dois de música Sul-asiática ou Flamengo (influências de Rosalía, talvez?). Tudo isto causa uma reacção química que torna a canção insanamente contagiosa e dançante. - João Pedro Antunes

Macintosh Plus - Sick and Panic

Álbum: ----

Géneros: Glitch, Club Desconstruído, Música Plunderfónica, Wonky, Colagem de Sons, Brostep

Data de lançamento: 20 de Dezembro

Editora: Independente

Vektroid volta a usar o seu pseudónimo mais popular até à data com este single bastante glitchy. Já não se nota tanto o Vaporwave que fez do álbum Floral Shoope um dos mais icónicos e influentes da década, mas nota-se uma boa experimentalização que torna o single bastante interessante. - João Pedro Antunes

MGMT - In the Afternoon

Álbum: -----

Géneros: Neo-Psychedelia, Post-Punk, Rock Gótico, Pop Psicadélico

Data de lançamento: 13 de Dezembro

Editora: Independente

É bom saber que os MGMT continuam bons como sempre. Após o excelente álbum Little Dark Age, o duo estadunidense lança um single que, apesar de ser obviamente bastante psicadélico, vai também bater à porta do Rock Gótico e do Post-Punk, fazendo parecer um hibrído de The Cure e Animal Collective: mais escuro, mas mais "trippy". Uma experiência verdadeiramente surrealista, idiossincrática e fria. - João Pedro Antunes

Red Velvet - Sunny Side Up!

Álbum: 'The ReVe Festival' Finale

Géneros: K-Pop, Electro-Pop, R&B Contemporâneo

Data de lançamento: 23 de Dezembro

Editora: SM Entertainment

Este último álbum do grupo de K-Pop Red Velvet pode ter sido desapontante quando se tem em conta todo o potencial que demonstraram no segudo álbum. Contudo, esta faixa é um grande destaque. Ondas orelhudas, dançantes e alegres que dariam um bom single de Verão. - João Pedro Antunes

Max Wassen - Getting High & Eating Stuff With Cream

Álbum: ----

Géneros: Pop Rap, R&B Contemporâneo

Data de lançamento: 28 de Dezembro

Editora: Independente

O artista independente sueco consegue mais uma vez trazer uma calma e harmonia tanto na lírica como no instrumental. 

Uma musica sem nenhuma mensagem específica, apenas algo para relaxar e fazer o ouvinte sentir-se numa "boa vibe"... e que trabalho bem feito. - Guilherme Ribeiro

Claudia Sheffner - Apocrypha Construction (Micro-Management Burial Sphere)

Álbum: -----

Géneros: Colagem de Sons

Data de lançamento: 30 de Dezembro

Editora: ubiquitous anomalies

Um single bastante violento, mas também bastante prazeroso de se ouvir. Todas as "samples" são usadas de uma forma caoticamente organizada, criando um monstro musical que bem poderia servir como "boss" final. - João Pedro Antunes

EP's:

Claudia Sheffner - Doorways, Highways, Mirrors

Géneros: Música Plunderfónica, Música Electrónica Progressiva, Club Desconstruído

Data de lançamento: 20 de Dezembro

Editora: ubiquitous anomalies

Esta jovem artista russa surpreendeu-me devido à quantidade de álbum que lança mensalmente e do quão sólidos são grande parte deles. Este álbum experimenta bastante bem com o Club Desconstruído, usando também uma sonoridade plunderfónica que torna este EP um pouco sonhador. Uma das maiores pérolas da música electrónica que descobri nos últimos tempos. - João Pedro Antunes

ÁLBUNS:

JeJaWeDa - Pioneer Works, Vol. 1

Géneros: Improvisação Livre, Free Jazz, Sound Poetry, Noise Jazz

Data de lançamento: 1 de Dezembro

Editora: Balance Point Acoustics

Jeb Bishop, Jaap Blonk, Weasel Walter e Damon Smith unem forças para criar esta experimentação livre, que é tão caótica mas tão satisfatória. Com algumas linhas de pensamento viradas para o Free Jazz europeu, Noise e o Campo-Acústico, todos os segundos desta obra entretêm o ouvinte, que nunca está à espera do próximo passo que a obra toma. - João Pedro Antunes

JeJaWeDa - Pioneer Works, Vol. 2

Géneros: Improvisação Livre, Free Jazz, Sound Poetry, Noise Jazz

Data de lançamento: 1 de Dezembro

Editora: Balance Point Acoustics

Uma continuação da primeira parte. Podemos até mesmo ver este projecto como um duplo álbum. - João Pedro Antunes

Harry Styles - Fine Line

Géneros: Pop Rock, Pop Soul, Indie Pop, Indie Folk, Soft Rock, Pop Psicadélico

Data de lançamento: 13 de Dezembro

Editora: Columbia Records

Sinceramente, as minhas expectativas para este álbum não eram as mais altas. Os singles falharam em surpreender-me e achei que este segundo projecto me fosse trazer exactamente a mesma impressão que o seu antecessor: bastante potencial por explorar, mas com um resultado final insuficiente. Creio, porém, que estava errado. Os singles acabaram por ficar bastante bem encaixados no álbum, dando-lhes uma ênfase especial (especialmente Watermelon Sugar). Além disso, a forma como o ex-membro dos One Direction usa a base de Pop Rock com inspirações no Indie e no Blues solidificam bastante o álbum, tornando-o numa experiência divertida e interessante. Creio que as principais provas da evolução de Harry Styles enquanto artista a solo estão implementadas nas faixas em Golden e She, duas faixas fenomenais. - João Pedro Antunes

valyri (osia) - Autoharp Session

Géneros: Improvisação Campo-Acústica

Data de lançamento: 19 de Dezembro

Editora: Independente

Uma experimentalização improvisada bastante interessante que mostra bastante bem o talento por parte desta jovem artista estadunidense. Gostava de a ver fazer um álbum planeado de forma pormenorizada durante um longo período de tempo. - João Pedro Antunes

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Abaixo poderás ver a playlist com todas as músicas mencionadas acima disponíveis no Spotify. Sabemos que já vamos em Fevereiro, mas ainda assim: que esta década te corra da melhor forma possível, e vamos lá a ver o que espera de nós em 2020.