dodie - Human (crítica)

Nome: Human Artista: dodie Data de lançamento: 18 de Janeiro de 2019 Géneros: Singer/Songwriter, Indie Pop, Folk Pop Editora: Independente

Parece que foi ontem que descobri a Dodie. Na época, o primeiro EP - Intertwined - ainda estava longe de ser lançado e o canal doodleoodle espantava o YouTube com demos de músicas como She, One For The Road ou Sick of Losing Soulmates. Hoje, já tem três EP's lançados, e o último é este: Human. Este terceiro EP não escapa muito ao que foram os dois últimos, quer seja em termos líricos ou instrumentais. É verdade que já não ouvimos tanto os instrumentais felizes que marcaram o segundo EP (You), mas continuamos a ter o Singer/Songwriter como principal género, com as inevitáveis ondas de Indie Pop e Folk Pop (e por vezes Charming Pop) e as letras recheadas de declarações de amor (Human), auto-difamações (Burned Out) e introspeções (Not What I Meant) que tão bem caracterizam a artista britânica. Apesar do lançamento não ter tido o melhor dos arranques (Arms Unfolding), visto que me soube a pouco (e tive sentimentos bastante semelhantes com a terceira faixa: Not What I Meant), rapidamente se deu a volta com a faixa seguinte: Monster. Apesar do seu instrumental super-feliz, a letra não o é. Contudo é para mim a que tem o melhor conceito, e de longe. Tal como a própria Dodie referiu no concerto que estreou o single: "Sabem aquele momento em que olham nos olhos de alguém que vos odeia? Este música é sobre isso mesmo". Na letra, a artista caracteriza uma relação - amorosa ou de amizade - que deu uma reviravolta e transformou-se numa relação de ódio. A partir daqui, Dodie reflecte no quão facilmente essa mesma inversão pode acontecer. Porém, não vemos aqui apenas faixas novas. Lembram-se de ter referido, ainda na introdução, que quando fui introduzido à artista, ela ainda só lançava demos como She, One For The Road ou Sick of Losing Soulmates? Pois bem, juntamente com Human (que foi originalmente lançada como um demo em 2016, com Jon Cozart como convidado em vez de Tom Walker), She - cujo demo foi lançado para o YouTube em 2014 - também faz parte deste terceiro EP. Apesar da letra inexperiente (afinal, Dodie escreveu a letra ainda enquanto adolescente) e de não ser tão liricamente matura ou tão bem produzida quanto o single If I'm Being Honest, prefiro-a. É bastante calma, fofa e de aquecer o coração. No fim do dia, gostei do EP. Foi uma experiência agradável. É verdade que prefiro o EP que o antecedeu, mas é inegável que a Dodie já é muito mais experiente e matura do que quando a descobri. Ela já não é mais a adolescente de 2013 que conquistou o YouTube somente com a sua voz, ukulele e câmara, ela passou a ser muito mais do que isso. Arrisco-me inclusivamente a dizer que creio que ela já esteja pronta para lançar o seu primeiro álbum de estúdio.

Nota final: 14/20.