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Lana Del Rey - "Norman Fucking Rockwell!" (Crítica)

  • Foto do escritor: João Pedro Antunes
    João Pedro Antunes
  • 10 de set. de 2019
  • 3 min de leitura

Artista: Lana Del Rey

Data de lançamento: 30 de Agosto de 2019

Géneros: Singer/Songwriter, Art Pop, Dream Pop, Soft Rock, Piano Rock, Neo-Psychedelia

Editora: Interscope Records


Após um incrivelmente medíocre quinto álbum (Lust for Life) que tentou aderir parcialmente à moda do R&B Contemporâneo - tendo conseguido, da minha parte, nada mais do que indiferença - Lana Del Rey lança Norman Fucking Rockwell!, abandonando as ideias abordadas no seu antecessor para seguir uma sequência lógica do seu quarto álbum: Honeymoon. Houve bastantes factores que me fizeram antecipar ansiosamente o lançamento deste álbum: os singles e o facto de ser produzido por Jack Antonoff (conhecido por ser o guitarrista dos Fun. e de produzir álbuns como Melodrama da Lorde; This is Acting da Sia; Masseducation da St. Vincent; ou o mais recente álbum da Taylor Swift: Lover). Achei que era algo que merecia atenção. E sinceramente não me desapontou nada! Vemos em Norman Fucking Rockwell! uma Lana com letras muito mais maturas (aliás, destaco a lendária primeira frase de todo o álbum, na faixa-título: "Goddamn man-child / You fucked me so good i almost said 'I love you'.") - mesmo mantendo o mesmo nível de intimidade que já lhe é familiar - e uma tracklist muito mais sólida, fazendo com que os 67 minutos deste LP pareçam passar mais depressa do que os 33 minutos em Paradise (apesar de ainda existirem momentos ligeiramente aborrecidos, entre eles o alongamento gigantesco de Venice Bitch, que de certeza que não precisava de durar quase 10 minutos). Aliás, digo com toda a certeza que é a primeira vez que gosto mesmo de um álbum da Lana! Há faixas soltas que eu amo, sim, entre elas National Anthem, Brooklyn Baby, Put Me in a Movie ou Video Games, mas nunca gostei assim tanto de um álbum da Lana por aquilo que realmente era: um álbum. Todavia, Norman Fucking Rockwell! veio mudar isso com as suas vibes um pouco psicadélicas, por vezes, mas sempre virado para o Americana e para o bom velho Art Pop/Dream Pop, um lado da artista estadunidense que praticamente toda a gente conhece.

Eu creio que este álbum tem muito, muito, muito mais pontos fotes do que fracos. As única faixas que não me atraíram assim tanto foram The Next Best American Record e Bartender, provavelmente por me fazerem lembrar bastante os projectos anteriores (muito especialmente em termos líricos). Contudo, isso é totalmente ofoscado pelos diversos pontos fortes: Norman Fucking Rockwell (faixa-título) começa o álbum de uma forma excelente com uma combinação explêndida entre o piano e a voz; Mariners Apartment Complex é talvez a melhor música da carreira Lana, quer em termos líricos ou instrumentais. Creio que é o melhor exemplo da admirável evolução da artista enquanto compositora e artista no geral (apesar de claro, ter tido a devida ajuda de Antonoff); Doin' Time é uma cover bastante fiel à versão original dos Sublime, mas muito bem aplicada ao humor do álbum com todas as suas vibes californianas (se bem que eu não estava nada à espera que esta faixa entrasse no álbum); How to Disappear é uma canção bastante íntima acerca dos seus sentimentos mistos acerca de alguém em específico; California tem uma boa mistura de nostalgia, romance, sinceridade, saudade e arrependimento para com um homem em específico, implorando-lhe que volte para ela. Vemos aqui também uma boa porção de patriotismo, acompanhados por um dos instrumentais mais lentos do LP; The Greatest é definitivamente um dos singles-chave, sendo uma espécie de hino americano contemporâneo, podendo ser vista como uma versão musical hiperbólica, pop e doce da poesia de Jack Kerouac; Hope is a Dangerous Thing For a Woman Like Me to Have - But I Have It é um encerramento perfeito que mostra a maturidade que Lana ganhou à medida que a sua carreira musical se foi desenvolvendo. Ela já não se personifica na personagem toda rebelde-ish que falta à aula de secundário para ficar a beber vodka de bikini com o seu crush todo badass (uma exemplificação desnecessariamente detalhada, mas ainda assim). Ela agora sabe os perigos da luxúria e consegue ser mais sincera consigo própria, mas com o seu custo, visto que ela se sente mais cautelosa e até mesmo amedrontada com o conceito de "amor".

Enfim, creio que Norman Fucking Rockwell! é o melhor álbum de Lana até agora (e com uma margem bastante grande para com o meu segundo favorito: Ultraviolence), mostrando uma evolução monstruosa desde o início da sua carreira sem deixar de seguir a sequência lógica da sua discografia (isto é: se ignorarmos Lust for Life, que serve de filler na sua discografia). Por ser um dos meus álbuns favoritos de 2019 por agora, creio que é mais que justo dar a nota de 18,5/20.

Norman Fucking Rockwell! abaixo:



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