Oliver Tree - "Do You Feel Me?" (Crítica)
- João Pedro Antunes
- 24 de ago. de 2019
- 2 min de leitura
Nome: Do You Feel Me?
Artista: Oliver Tree
Data de lançamento: 2 de Agosto de 2019
Géneros: Pop Rock, Dance Alternativo, Electro-Pop, Indie Pop, Pop Rap
Editora: Atlantic Records Após o lançamento do popular EP Alien Boy, Oliver Tree lançou o seu sucessor - Do You Feel Me? - e pois bem, peço-vos que não se deixem enganar pela aparência propositadamente ridícula e pela personagem criada pelo artista, porque ele sabe o que está a fazer!
Tree tem uma capacidade explêndida e criativa de misturar vibes nostálgicas dos anos 90 com as grandes trends actuais de uma forma que torna quase impossível não ficar na cabeça do ouvinte, já para não falar da sua forma inteligente de atrair a audiência que ele pretende: a partir de memes (e Oliver Tree não é o único artista que memeou o seu caminho para o sucesso: olhem só para o Lil Nas X)!
Ora, é verdade que raramente vemos aquele feel cartoonista que Tree deu a oferecer em faixas de projectos anteriores como Upside Down ou When I'm Down (e onde vemos mais essa onda ao longo deste EP é na faixa Alien Boy, que foi reciclada, apesar de eu não perceber exactamente porquê), mas eu não acho isso algo mau! Aliás, é devido a isso que vemos as faixas mais emocionais que Tree alguma vez lançou: Introspective e Miracle Man (destaco este último pela emoção invocada pelos vocais e pela ocasional guitarra acústica). Existem também faixas mais movimentadas: Do You Feel Me? (que parece uma faixa dos Death From Above 1979 caso eles quisessem abordar um som mais semelhante ao Gameshow dos Two Door Cinema Club), Hurt (cuja aura assemelha-se à de Miracle Man mas com um beat muito mais esmagador e aniquilador) e All Bets Are Off (que contém bastantes influências nos anos 90 e no Mainstream actual, sempre com o refrão super orelhudo, como já é de costume vindo do artista californiano). Contudo, creio que a tracklist tem uma certa de falta de química, por não conseguir fazer uma transição tão boa entre a parte emocional e a parte mais movimentada, tendo Alien Boy a tentar fazer o trabalho de intermediário, mas inutilmente (até porque a mudança entre Miracle Man e Alien Boy, por exemplo, não funcionam a 100% para mim). Todavia, não creio que seja uma tracklist tão mal organizada quanto Hail to the Thief dos Radiohead ou 7 do Lil Nas X. Apenas poderia ter sido melhor.
Contudo, adorei cada uma das faixas. São todas orelhudas e fascinantes de ouvir. Admito que eu estou à espera de um LP vindo de Oliver Tree: estou curioso em ver um trabalho mais longo e coesivo, que mostre a 100% aquilo que ele é feito musicalmente (e tenho óptimas expectativas!). O meu veredito final será o 17/20.
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