top of page

Thom Yorke - "Anima" (Crítica)

  • Foto do escritor: João Pedro Antunes
    João Pedro Antunes
  • 21 de jul. de 2019
  • 2 min de leitura

Nome: Anima Artista: Thom Yorke Data de lançamento: 27 de Junho de 2019 Géneros: Glitch Pop, Pop Ambiente, Braindance, Techno Ambiente Editora: XL Recordings


Thom Yorke - conhecido por ser o vocalista dos lendários Radiohead - lançou o seu terceiro álbum a solo (ANIMA), que mostrou ser um grande sucesso na cultura alternativa. E com razão. Yorke revelou-se muito mais coesivo e afastado das claras influências aos Radiohead do que nos álbuns antecessores, mesmo tendo mantido mais ou menos os mesmos géneros. Este LP é uma armadilha hipnótica da qual não dá para escapar. São 47 minutos de perfeitas químicas e transições entre faixas, com vibes dançantes e arrebatadoras acompanhadas por uma orquestração brilhante. Além disso, é de destacar a grande atenção dada aos pequenos pormenores (algo que eu creio que faltou um pouco em Tomorrow's Modern Boxes): vemos guitarradas bastante subtis e sons invertidos que tornam a experiência ainda mais interessante, porém propositadamente desconfortável e ansiosa, como se estivessemos presos numa sala escura sem espaço para grandes movimentos. As texturas sintéticas, ruidosas e amedrontosas adicionam a esse sentimento de paranoia e desespero. Se tivesse de escolher uma faixa que resumisse todo o álbum, seria Twist. A terceira faixa (e a mais longa) de ANIMA tem uma bateria pulsativa que está sempre acompanhada por uns riffs da guitarra que começam simples mas vão ficando cada vez mais complexos à medida que a canção prossegue. Porém, temos outras faixas que se destacam bastante: Impossible Knots tem um riff de baixo bastante orelhudo e dançante; Dawn Chorus é uma canção super poderosa, mesmo que Thom Yorke a cante predominantemente numa só nota; e a faixa de encerramento (Runwayaway) faz ligeiramente lembrar Kid A, mesmo que ainda assim de uma maneira única, estando recheado de uma electrónica híbrida de Techno e Braindance. O meu único problema com o álbum é a lírica. Não é nada mau, mas eu creio que merecia algo ainda mais forte, mais impactuoso. Penso que a única canção que conseguiu transmitir o sentimento de paranoia e desespero constante foi The Axe, na qual Thom Yorke parece criticar a tecnologia de hoje em dia, falando directamente para um objecto electrónico que não lhe traz uma experiência tão gratificante quanto prometeu e criticando todos os "cegos" que passam o tempo nas tecnologias, comparando-os a soldados de madeira - inutilizados a não ser que os "liguem" como quem liga um telemóvel - e desafiando-os a ligarem-se a si próprios. Contudo, apesar das letras não serem perfeitas, ainda encaixam bastante bem no álbum.

Eu creio que este álbum é uma experiência bastante recompensante. Não é perfeito, mas está mesmo lá quase, quase! É de longe o melhor álbum a solo do Thom Yorke, a meu ver (apesar de The Eraser ainda ser um álbum notável). No entanto, se és aquele tipo de ouvinte que nunca se deixou convencer pelos trabalhos a solo do frontman dos Radiohead, então não acredito que seja esta o álbum que te fará mudar de ideias. Atrevo-me a dar um belo de um 19,5/20 a esta lançamento.

Tirem as vossas próprias conclusões:


Comentários


© 2018-2019 - ondas distorcidas. -  Wix.com

  • Branca Ícone Instagram
  • Branco Facebook Ícone
  • Branco Twitter Ícone
  • Branca Ícone Spotify
bottom of page